O AMÉRICA VENCE, MAS É ELIMINADO NOS PÊNALTIS

 

América-RN venceu o Imperatriz por 2 a 1, mas perdeu a vaga nos pênaltis. Foto: Canindé Pereira
Foto: Canindé Pereira

O América venceu, mas está eliminado da Série D do Campeonato Brasileiro. O time potiguar ganhou do Imperatriz-MA por 2 a 1 no tempo normal no Arena das Dunas, e levou a decisão da vaga para as oitavas de final para os pênaltis, uma vez que no jogo da ida o Imperatriz tinha vencido por 1 a 0. Mas, nas cobranças, perdeu por 5 a 4 e viu o adversário avançar de fase.

Os gols do América foram marcados por Lucas Silva e Danilo, enquanto Júnior Chicão marcou o gol do time do Maranhão.

Nas cobranças, o primeiro a errar foi Junior Chicão. O atacante do Imperatriz chutou por cima por gol. Na última do América – que poderia ter dado a vitória ao Mecão -, o atacante Flávio Carioca também chutou por cima do gol.

Assim, a vaga foi decidida nos chutes alternados.  Cloves marcou para o Imperatriz, enquanto o zagueiro Jadson isolou, dando a vaga na próxima fase ao Cavalo de Aço.

A torcida do América se fez presente, porém o público pagante anunciado foi de 7.671 torcedores e uma renda de R$ 129.880.

O América jogou com Fred; Hudson, Negretti, Jadson e Danilo; Jonathas, Patrik Motta (Rodney), Cascata (Luiz Fernando); Lucas Silva (Reginaldo Júnior), Flávio Carioca e Adriano Pardal.

 

galego novo dez 17

COM “TRÊS PRESIDENTES”, CBF AINDA É COMANDADA POR DEL NERO

Marco Polo Del Nero
Foto: Wilton Junior/ Estadão

A CBF tem hoje um presidente legal, um presidente eleito e um presidente, de fato. Oficialmente, o comando da CBF é do coronel Antonio Carlos Nunes e ele vai representar o Brasil no Congresso da FIFA, inclusive votando para definir a próxima sede de Copa do Mundo, em 2026. Mas o jogo político interno do comando do futebol nacional é mais complexo que muito jogo de primeira fase do Mundial.

Enquanto o coronel estará em Moscou, o presidente eleito da CBF, Rogério Caboclo, lidera a delegação brasileira em Sochi e, nos próximos dias, estará em Moscou para ser apresentado à “família FIFA” como o futuro do futebol brasileiro.

Caboclo assume apenas no ano que vem, depois de uma eleição que foi realizada com apenas um candidato e depois que ficou claro que Marco Polo Del Nero seria banido do futebol por suspeitas de corrupção.

Até abril de 2019, o presidente eleito vem iniciando um processo para tentar centralizar as decisões. Conhecido internamente como “detalhista” por sua insistência em ter respostas a questões diversas, ele também é visto como alguém “de fora” do futebol. Mas elogiado no que se refere à gestão.

Já o coronel, o atual presidente, é considerado até mesmo internamente como uma pessoa que precisa de ajuda profissional para comandar uma entidade milionária e que foi colocado ali para preencher o vácuo institucional deixado por Del Nero.

Sem saber de suas condições físicas e nem do fato de que não é quem comanda o futebol brasileiro, a FIFA escalou o coronel para um amistoso de futebol entre os dirigentes, um dia antes do Congresso. A CBF teve de rapidamente operar nos bastidores para explicar que ele não teria condições.

Assumindo uma postura praticamente de “rainha da Inglaterra”, o coronel tem o compromisso de não mudar os planos da instituição. Mas, em assuntos e eventos que lhe podem dar visibilidade política e prestígio, ele tem assumido de fato a função de presidente, inclusive surpreendendo alguns internamente.

Enquanto um cartola se passa por presidente e outro assume a gestão da seleção, fontes dentro da CBF confirmam que quem manda ainda no futebol nacional é o único cartola que não está na Copa: Del Nero.

Indiciado nos EUA por corrupção, ele não pode sair do Brasil sob o risco de ser preso e acabou organizando sua própria sucessão. Mas, segundo fontes dentro da entidade, ele continua dando as cartas, definindo políticas e mantendo contato com diretores da instituição.

Por Jamil Chade – Estadão

galego novo dez 17

TITE BUSCA ÁPICE NA CARREIRA APÓS SALVAR SELEÇÃO E CARTOLAS DA CBF

Tite busca ápice na carreira após salvar seleção e cartolas da CBF

Depois de dois anos no comando da seleção brasileira, Tite já tem claro um diagnóstico de sua trajetória até aqui: ajudou a tirar a CBF de uma das suas piores crises em troca de um sonho, o que ele mesmo classifica como uma decisão egoísta. Em junho de 2016, quando Adenor Leonardo Bachi assumiu o posto de Dunga, Marco Polo Del Nero, então presidente da CBF, vivia seus piores momentos e tinha sua permanência criticada até mesmo pela Globo, emissora líder de audiência no país e com histórico de alinhamento com os cartolas da confederação.

“Será que, num momento tão critico, Marco Polo Del Nero, investigado por corrupção, tem condições morais para decidir o futuro da seleção brasileira?”, questionava o narrador Galvão Bueno, durante edição do Jornal Nacional naquele mês. Tite também fazia parte do movimento e tinha aderido a um abaixo-assinado que pedia a renúncia do cartola.

Dezesseis vitórias e a conquista da vaga para a Copa do Mundo depois, Del Nero não só permaneceu no comando, como ainda conseguiu emplacar seu sucessor, Rogério Caboclo, em clima de paz, mas também à custa das mesadas a presidentes de federações. Adenor, hoje com 57 anos, costuma justificar sua contradição, de ter criticado o cartola e depois aceitado o convite, dizendo que não é possível salvar o mundo. E usa uma frase de Rose, sua esposa, que serviu como carimbo para sua ida à seleção: quando uma oportunidade dessa vai surgir de novo?

O vazio de poder e a aposta toda em cima dos resultados dentro de campo fizeram com que Tite tivesse, como nunca, carta branca para toda e qualquer decisão, o que, em troca, o obriga a dizer que Del Nero foi um dos melhores presidentes com que já trabalhou, pelo respaldo e confiança que teve. Como exemplo da ausência de interferências políticas, o técnico fala das convocações.Diz que nunca ouviu pedido ou reclamação dos jogadores escolhidos. E afirma que as listas eram entregues na mesa da presidência apenas 30 minutos antes de serem divulgadas, o que continuou acontecendo mesmo após o afastamento determinado pela FIFA – Del Nero foi banido para o resto da vida pela entidade.

Adotou o discurso da transparência, palavra que utilizou algumas vezes sobre o que deveria haver na CBF. No segundo andar da sede da entidade, mantém sua porta aberta para receber jornalistas e outras visitas quando o trabalho permite. Ao mesmo tempo, aproveitou a boa fase para lucrar. Antes avesso a patrocínios, hoje o técnico da seleção atua em comerciais de quatro empresas (Itaú, Cimed, Samsung e Uninassau). É missão quase impossível ver televisão sem se deparar com um Tite anunciando algum produto. Na seleção, Tite jura que instaurou o que a comissão técnica chama de “gestão humanizada”, com cobranças de responsabilidades, elogios de tarefas bem executadas e puxões de orelha em conversas individuais.

A mais difícil adaptação foi à falta de treino diário e ao convívio com atletas – em dois anos, jogadores e treinador se encontraram cerca de 60 dias.Sem campo e bola, o técnico estabeleceu idas diárias à CBF. Durante todo esse período, a comissão viajou a vários países e assistiu a mais de 300 jogos in loco. E a família, que o treinador sempre fez questão de ter por perto em toda sua carreira, fica em segundo plano, como ele próprio admite. Dos jogos mais marcantes, Tite se lembra do duelo contra a Argentina no Mineirão, palco do imortal 7 a 1.

Primeiro, na saída do hotel em que a seleção estava concentrada, gritos de torcedores lembravam, como alfinetadas, o infeliz resultado da Copa de 2014. Depois, o grito, de quase toda arquibancada, de “olê, olê, olê, Titê, Titê”, o que o próprio treinador classifica com uma das maiores surpresas desde que assumiu o cargo. Não queria nem ir para a entrevista habitual depois da vitória por 3 a 0. O jogo contra a Alemanha, em março, mesmo sem nomes importantes como Thomas Müller e Mesut Özil, foi considerado pela comissão como um divisor de fases.

Tite usou na preleção um tabuleiro de xadrez, que fica em sua sala na CBF, para simbolizar as dificuldades que a seleção teria dali em diante. Com a proximidade da Copa, não era mais jogo de dama. Com seu filho, Matheus, e pelo seu principal auxiliar, Cléber Xavier, o treinador tenta manter quase todas as práticas que funcionaram nas passagens pelos clubes, especialmente no Corinthians. As conversas com jogadores para mostrar vídeos de lances de jogos são um dos pilares da gestão, mas nessa reta final para a Copa tem uma especificidade: a reunião conta só com Tite e o atleta, diferentemente de outros momentos, quando a tarefa era dividida com membros da comissão. Tite demonstra especial apreço por Gabriel Jesus, 21, caçula do time.

Além da facilidade de “abstrair” como poucos vestindo a camisa da seleção, a relação familiar parecida com a que tem com a sua trouxe empatia ímpar. Em quase 30 anos de carreira como técnico, Tite conquistou dois Brasileiros, uma Copa do Brasil, uma Sul-Americana, uma Libertadores e o título mundial de clubes. Daqui a 35 dias espera levantar a principal taça da sua vida.

Por Camila Mattoso – Folhapress

galego novo dez 17

 

RUSSOS ESPERAM POUCOS BENEFÍCIOS COM A COPA DO MUNDO

Entre as barracas de bugigangas do principal mercado de souvenirs de Moscou, o vendedor Alexandre espera sem entusiasmo a chegada de diversos aficionados durante a Copa do Mundo, cujos benefícios econômicos não prometem ser generosos. “Poderia se pensar que a Copa será uma boa oportunidade para vender souvernirs, mas não para nós”, lamenta o comerciante do mercado Izmailovski que, como outras feiras ao ar livre, ficará fechado durante a competição devido às medidas antiterroristas.

Embora a chegada de milhares de boleiros prometer encher restaurantes e hotéis, não parece que o evento vá ter efeitos duradouros para a economia russa, cujo crescimento deveria se situar entre 1,5% e 2% nos próximos anos.

A consultoria McKinsey estimou em cerca de 15 bilhões de dólares o aporte da Copa do Mundo ao Produto Interno Bruto (PIB) russo, “superando o impacto de campeonatos similares no Brasil, África do Sul, Alemanha e Coreia do Sul, e situando a Rússia no segundo lugar, atrás do Japão”.

Essa quantidade é sobretudo resultado de investimentos em estádios e infraestruturas de transporte que, divididos nos seis anos de preparação, geram impacto inferior a 0,2% do PIB da Rússia e não permitiram ao país evitar uma recessão em 2015 e 2016.

Consequências escassas

“A Copa do Mundo durará apenas um mês, e o impulso econômico que vai gerar terá pouco impacto em relação a toda a economia russa, que pesa 1,3 trilhão de dólares”, explica Kristin Lindow, analista da agência de classificação financeira Moody’s.

“Não esperamos que a Copa do Mundo contribua significativamente para o crescimento econômico”, acrescenta.

O estudo da McKinsey prevê, no entanto, um efeito positivo para o turismo nos próximos cinco anos.

“Acho que a Copa do Mundo aumentará o turismo em 10% em Moscou”, ampliando em cerca de 250 milhões de dólares a receita anual de impostos da cidade, disse recentemente o prefeito da capital, Sergei Sobyanin, à emissora RBK.

“Organizar a Copa do Mundo não garante um aumento significativo no número de turistas”, afirma Igor Nikolayev, diretor do Instituto de Análise Estratégica FBK em Moscou, em entrevista à AFP.

O economista cita como exemplo as Olimpíadas de Inverno de Sochi em 2014. O número de turistas estrangeiros aumentou em 1,5 milhão no ano seguinte (+4%), mas caiu em 9 milhões em 2016, segundo dados da ONU.

Em um contexto de fortes tensões entre Moscou e países ocidentais desde a anexação da Crimeia e o conflito separatista no leste da Ucrânia, a Rússia sofre com um problema de imagem.

‘Bater recordes’

A Rússia poderia receber 600 mil visitantes estrangeiros durante a Copa do Mundo, segundo os organizadores, ou até 1 milhão, segundo a agência federal de turismo.

Essas previsões são muito baixas em comparação com os 24,6 milhões de turistas que viajaram ao país em 2016, e até o 1,6 milhão que foi à Rússia para os Jogos de Sochi.

Espera-se, no entanto, que os hotéis e restaurantes das cidades-sede sejam ocupados por estrangeiros e pelos cerca de 700 mil russos esperados nas partidas.

Para atraí-los, as lojas lançam mão de todo tipo de atração, como o restaurante Didu, no centro de Moscou. “Nós instalamos um gol, bandeiras, uma tela gigante (…) sem aumentar os preços”, explica Maxime Zajarov, proprietário do estabelecimento.

Os guias turísticos também vão ter trabalho. É o caso de Viacheslav Jolopov, da agência Moscow Private Tours, que tem a maioria de suas visitas guiadas reservadas e prevê “bater recordes” neste ano, com quase 50% a mais de atividade que de costume.

A plataforma de aluguel de imóveis Airbnb afirma que cerca de 177 pessoas buscaram acomodações em seu site.

Embora a empresa não comunique dados sobre os preços, a AFP comprovou que as quantidades cobradas na plataforma e no site de reservas hoteleiras Booking eram de duas a três vezes superiores às de maio.

Por Luiz Antonio Prosperi – Carta Capital

 

galego novo dez 17