CHAMPIONS LEAGUE: O FENÔMENO DOS BRASILEIROS QUE TORCEM POR CLUBES EUROPEUS

Torcida do Liverpool em Kiev, Ucrânia, nesta sexta-feira (25).
orcida do Liverpool em Kiev, Ucrânia, nesta sexta-feira (25). SERGEY SUPINSKY (AFP)

Neste sábado, 26 de maio, quando Liverpool e Real Madrid se enfrentarem pela final da Champions League, a comoção para assistir à partida mais importante da temporada europeia não tomará conta apenas de Kiev, na Ucrânia, sede da decisão, mas também de São Paulo, cidade a mais de 11 mil quilômetros do Olimpiyskiy Stadium. Anualmente, bares lotados, salas de cinema com ingressos esgotados e TVs sintonizadas no jogo em bairros de diferentes classes sociais provam como dois clubes do exterior disputando um título europeu cativam mais pessoas do que a maioria das partidas envolvendo equipes brasileiras. Tal fenômeno é o que motiva Rafael Alberico, integrante do Grupo de Pesquisa e Estudos em Comunicação e Marketing no Esporte (Gepecom) da Escola de Educação Física e Esporte da USP (EEFE-USP), a pesquisar o tema. E sua constatação, à primeira vista, pode causar espanto: “A próxima geração não torcerá para clubes brasileiros. Os jovens passaram de um nível de simpatia para um nível de identificação com os europeus”.

A tese do pesquisador se explica por meio de alguns números, que começam pela maior oferta de jogos europeus na televisão fechada se comparada à de partidas brasileiras: são transmitidos, por fim de semana, de 10 a 15 jogos dos campeonatos da Europa na TV paga, contra cerca de dois do Brasil. Em 2015, uma pesquisa realizada pelo Ibope apontou que 69% dos brasileiros entre 16 e 29 anos torcem para algum clube europeu. Outra pesquisa publicada pelo mesmo instituto revelou que, em agosto de 2017, o Real Madrid, Barcelona e PSG eram os três europeus preferidos da torcida brasileira. A terceira final de Champions seguida da equipe de Cristiano Ronaldo será transmitida em 180 salas de cinema por todo o país, com ingressos que variam de 60 a 80 reais, além das coberturas feitas por Esporte Interativo (TV fechada) e Rede Globo (TV aberta).

Rennan Voi, 23, tem um motivo especial para acompanhar a decisão durante os 90 minutos. Ele diz gostar do Corinthians, mas o amor não se compara ao que sente pelo Liverpool. “Comecei na final da Champions League de 2005 [quando o Liverpool perdia por 3 a 0 para o Milan, empatou no segundo tempo e foi campeão nos pênaltis]. Depois, a paixão foi aumentando gradativamente. A gente não escolhe, eu me identifiquei. Torço igual torcem para um time daqui”, diz o estudante. Rennan afirma que costumeiramente é chamado de “torcedor modinha” e que não faltam motivos para que o brasileiro se sinta atraído por um clube europeu. “Tem vários. Os melhores jogos e os melhores jogadores estão lá. Hoje, vão preferir ver um Barcelona x Real Madrid do que um São Paulo x Bahia. Os brasileiros ficaram para trás”.

Rafael Alberico explica o exemplo dado por Voi citando a globalização. “Ela traz outra noção de identidade cultural, outras influências. Quem cresceu nos últimos 20 anos tem costumes de onde veio, mas também costumes europeus – torcer para um clube de lá é um deles”. A grande mudança, de acordo com o pesquisador, é que existe um novo jeito de torcer e de se relacionar com os times, baseado em plataformas como redes sociais, fantasy games e videogames. “Os clubes mais amadores não entendem e não enxergam. Os mais profissionais, em geral europeus, são mais preparados. O ponto de vista do gestor brasileiro fez com que os clubes daqui fossem atropelados”.

Segundo Alberico, os craques são um dos principais fatores de atração dos clubes europeus. Assim como Neymar leva o PSG ao topo da torcida entre o público brasileiro, é interessante para o Barcelona que um brasileiro, como Philippe Coutinho, o substitua na equipe. Salah, no Liverpool, permite que o clube inglês explore o mercado africano; são jogadores que, além do ótimo desempenho esportivo, têm alto potencial mercadológico. A partir daí, na visão do pesquisador, os clubes desenvolvem planejamentos estratégicos visando diferentes mercados. “O Barcelona arruma o patrocínio da Tenys Pé Baruel, faz uma parceria com a Gillette na América Latina e abre várias escolinhas aqui. As escolinhas de futebol não são para conseguir novos craques, mas para fidelizar as crianças. Eles entenderam que existe a possibilidade do moleque torcer para o Barcelona e não para o Corinthians”.

Alberico também rechaça a ideia de ser um fenômeno apenas de classes mais abastadas. “Vejo meninos com camisa de clubes europeus na favela e nos bairros mais ricos, seja ela falsa ou original. Não sei se classes D e E, mas a C também se encaixa nesse novo perfil”.

La Liga: “Quanto mais forte o futebol brasileiro, melhor”

Albert Castelló, representante do La Liga  (campeonato espanhol) no Brasil, concorda com o crescimento da admiração da torcida brasileira pelo futebol europeu, mas não acha que isso seja fruto da má gestão de dirigentes no Brasil. “Eu o atribuo à globalização das opções de entretenimento que atualmente estão disponíveis no mundo”, justifica. “Cada competição reflete a própria realidade e tem sua própria identidade”. Alberico entende que a globalização exerce um papel fundamental, mas que a má gestão ainda é evidente – “a falta de visão do dirigente afasta o brasileiro do futebol”.

Para Castelló, afastar o brasileiro do futebol é um problema. O executivo do Campeonato Espanhol afirma que um futebol nacional forte é bom para todos, inclusive para os europeus. “O nosso objetivo em nenhum momento é que os torcedores brasileiros deixem de torcer por clubes brasileiros, e sim o contrário: oferecer soluções para que o Brasileirão seja o mais competitivo e atraente possível”. Rafael Alberico, apesar de considerar a visão de Castelló diferente da vista por ele em clubes europeus, concorda que fomentar o futebol local é providencial para que o público não perca o interesse por futebol no geral. “Se a liga nacional é fraca, uma parte migra para ligas europeias, enquanto outra parte vai procurar outras formas de entretenimento”. De acordo com uma pesquisa Datafolha, o número de desinteressados por futebol no Brasil aumentou de 30% para 41% entre 2010 e 2018. “Tomara que La Liga esteja mesmo preocupada em melhorar o futebol brasileiro, porque estamos precisando”, completa Alberico.

Por Diogo Magri – El País

galego novo dez 17

SÉRIE D: PARTIDA ENTRE ALTOS-PI E SPARTA-TO TERÁ PRESENÇA DE PÚBLICO

Logo - Brasileiro Série D

A partida entre Altos-PI e Sparta-TO, válida pela sexta rodada da Série D do Campeonato Brasileiro, terá a presença de público, pois os laudos técnicos do Estádio Felipe Raulino, em Altos (PI), foram apresentados à CBF. O confronto ocorre deste Domingo (27), às 18h. O Altos-PI poderá ser o adversário do América na segunda fase da competição.

 

galego novo dez 17

SÉRIE D: 13 EQUIPES ESTÃO CLASSIFICADAS E 16 ELIMINADAS

SERIE-D

Faltando uma rodada para o término da primeira fase da Série D do Campeonato Brasileiro, apenas 13 clubes estão classificados para a segunda fase da competição, sendo sete destes como líderes, enquanto 16 já estão eliminados de forma precoce e apenas cumprem tabela na última rodada. Foram realizadas 340 partidas disputadas até o momento.

Após cinco rodadas, somente dois times mantêm os 100% de aproveitamento: Campinense-PB e São José-RS, mas apenas o segundo conta com a liderança de forma antecipada. O time paraibano, por outro lado, encara o Fluminense de Feira precisando apenas de um empate para assegurar-se na ponta. O grupo A8, que tem os dois rivais, é o único com duas vagas garantidas.

A equipe que tem 10 pontos está classificada. As que estão com nove pontos estão quase quase lá, desde que termine a  fase na vice-liderança; e as que estão com oito pontos terão que fazer cálculos. Aqueles que não ultrapassaram a marca de sete pontos estão fora.

O campeonato é disputado em seis fases: na primeira, os 68 clubes formarão 17 grupos de quatro clubes cada, de onde se classificarão 32 para a fase seguinte: os líderes de cada grupo (total de 17) mais os 15 melhores melhores segundos colocados; daí em diante os clubes se enfrentarão no sistema eliminatório até ser conhecido o campeão.

Classificados antecipadamente

Independente-PA (lÍder)
Caxias-RS (líder)
Tubarão-SC (líder)
São José-RS (líder)
Treze-PB (líder)
Iporá-GO (líder)
Macaé-RJ (líder)
Moto Club-MA
América-RN
Sergipe-SE
Campinense-PB
Fluminense de Feira-BA
Uberlândia-MG

Eliminados

Plácido de Castro-AC
Interporto-TO
Assu-RN
Belo Jardim-PE
Guarani de Juazeiro-CE
ASA-AL
Central-PE
Flamengo-PE
Murici-AL
Santa Rita-AL
Dom Bosco-MT
Espírito Santo-ES
Atlético-ES
Nova Iguaçu-RJ
Ferroviária-SP
Mogi Mirim-SP

Quase lá

Manaus-AM (nove pontos e pelo menos vice-liderança)
Imperatriz-MA (nove pontos e pelo menos vice-liderança)
Ferroviário-CE (nove pontos e pelo menos vice-liderança)

 

galego novo dez 17

 

TORCEDORES BRASILEIROS DEMONSTRAM APATIA ÀS VÉSPERAS DA COPA DO MUNDO DA RÚSSIA

Torcedores brasileiros ainda não mostraram animação com o Mundial da Rússia
Torcedores brasileiros ainda não mostraram animação com o Mundial da Rússia – Alexandre Brum / Agência O Dia

A três semanas do pontapé inicial da Copa do Mundo da Rússia-2018, os torcedores brasileiros demonstram um desinteresse incomum pelo maior evento do futebol mundial. A Seleção se classificou com folga nas eliminatórias e é vista como uma das favoritas para conquistar o sexto título, mas, nas ruas do país, o entusiasmo ainda não apareceu.

Os vendedores de suvenires afirmam que o negócio anda mal das pernas e o fantasma do 7 a 1 ainda assombra a mente da população. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Paraná, os brasileiros se dizem otimistas com a Copa, que será disputada entre 14 de junho e 15 de julho, na Rússia.

Dois terços acreditam que a seleção é favorita ao título e 35% acham que Neymar será o melhor jogador da Copa, superando os 30% que opinam que este reconhecimento será dado ao português Cristiano Ronaldo.

O problema, segundo a pesquisa, é que isso parece importar pouco aos brasileiros, já que 66% dos entrevistados afirmaram ter pouco ou nenhum interesse na Copa, enquanto 14,5% não sabem nem onde será disputada a competição.

“Não há o mesmo nível de entusiasmo de antes”, admite o motorista Serafim Fernandes, enquanto faz compras no Saara, comércio popular no centro do Rio, repleto de produtos que fazem menção ao futebol. Fernandes, 62 anos, responsabilizou a crise econômica que o país atravessa pela falta de entusiasmo da população, aliada aos escândalos de corrupção que envolvem a elite política do país.

Há quatro anos, quando o Brasil sediou a Copa do Mundo, a tradição das ruas e paredes pintadas de verde e amarelo tomou conta de todo o país. Hoje, a ausência de decoração das ruas com bandeiras e murais chama a atenção. Na Tijuca, o Alzirão, tradicional ponto de encontro da festa de rua temática da Copa do Mundo, está ameaçado.

Este grande festival é preparado com bastante antecedência e convoca milhares de pessoas. Este ano, perdeu seu patrocinador, a gigante do ramo de bebidas AmBev, e não dá sinais de vida.

“Estamos lutando para viabilizar o evento após a decepcionante atitude da AmBev,”, justificaram os organizadores em comunicado.

Fonte: O Dia

galego novo dez 17

CBF COBRA R$ 100 MIL POR FAMILIAR FICAR MAIS PERTO DA SELEÇÃO NA RÚSSIA

SEDE CBF

Quando o coordenador de seleções Edu Gaspar esteve na Rússia pela primeira vez, a mando da CBF, para verificar a logística da seleção brasileira durante a Copa do Mundo e uma cidade para se estabelecer, ele já tinha a intenção de encontrar também um lugar para instalar as famílias dos jogadores do time.

A comissão técnica do Brasil sempre defendeu a ideia de aproximar os familiares dos atletas durante a competição, tradicionalmente um período longo fora de casa e de muita pressão no caso dos brasileiros. A intenção é boa, mas terá um custo para cada familiar na ordem dos R$ 100 mil. Esse valor inclui hospedagem (em Sochi, nas proximidades do hotel da seleção), translado de aeroportos e voos para os jogos – o Brasil estreia contra a Suíça em Rostov, no dia 17 de junho; depois, embarca para São Petersburgo a fim de duelar contra a Costa Rica; e encerra a participação na primeira fase diante da Sérvia, em Moscou.

Os familiares não viajarão com o elenco. Também não terão acesso à concentração, a não ser nos dias de descanso. O técnico Tite estima que o elenco terá de três a quatro dias livres – ou meio período em algumas ocasiões.

O valor não está tão fora dos preços praticados na Rússia nessa época do ano, quando o frio já deu uma trégua e as cidades-sede estarão repletas de torcedores por causa do Mundial. A procura por hotéis é maior, o que faz os preços subirem.

Mas a conta é simples e está na ponta do lápis. O jogador que quiser levar para a Rússia cinco familiares ou amigos, ou ainda uma turminha com esse número de pessoas, vai gastar R$ 500 mil. Em troca, como os hotéis ficarão próximos um do outro, terão o privilégio de estar sempre bem acompanhados nas horas vagas. Neymar, por exemplo, ainda não disse se pretende levar Bruna Marquezine. Certamente, o craque do Brasil estará com seu pai, amigos inseparáveis e grandes parceiros, e com alguns de seus “parças”.

Alguns familiares de profissionais da seleção acharam o valor pedido pela CBF alto demais. O fato de o país-sede ter escrita e idioma confusos e não ser um destino comum aos brasileiros freou a vontade de embarcar com a seleção. Nem todos levarão seus familiares.

No Brasil, quatro anos atrás, algumas das principais seleções credenciadas para a disputa optaram em ter as famílias ao lado. Foi o caso, por exemplo, da Holanda, para quem a seleção perdeu de 3 a 0 na disputa do terceiro lugar, em Brasília. Foi a partida seguinte aos 7 a 1 da Alemanha.

O time holandês, que não está na Copa da Rússia, abriu a sua concentração para os familiares. Antes do jogo contra a Espanha, ainda na primeira fase, os atletas comandados pelo técnico Louis Van Gaal almoçaram com mulheres e filhos. Uma festa. Foram depois para a Arena Fonte Nova, na Bahia, e ganharam de 5 a 1 do time espanhol. Os italianos, que também não vão para a Rússia neste ano, se valeram do mesmo expediente no Brasil.

Não há dúvidas para Tite e Edu Gaspar de que a presença dos familiares e amigos será benéfica para os jogadores. A CBF muda nesse sentido, ou se aprimora, abrindo a concentração em dias de folga, também porque entende que isso pode ajudar muito os atletas na missão de disputar bem a Copa do Mundo.

Conteúdo Estadão

galego novo dez 17