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Os Estados Unidos sabem como ninguém como é fácil adoçar a boca do alto comando da FIFA. É simples: projetar e dar garantias de que a entidade vai faturar uma montanha de dinheiro, bilhões de dólares, com um torneio de futebol.
Não por acaso, Carlos Cordeiro, presidente da Federação Americana de Futebol (USSF), afirmou nesta terça-feira (08/5) que a Copa do Mundo de 2026, organizada em conjunto por Estados Unidos, México e Canadá, geraria uma receita recorde.
A sede da Copa 2026 será anunciada em 13 de junho, em Moscou, antes do início da Copa do Mundo da Rússia. A candidatura norte-americana disputa com Marrocos o direito de sediar o Mundial de 2026.
Em discurso na Associação da Imprensa Esportiva Internacional, em Bruxelas, Cordeiro estabeleceu o valor das receitas para a FIFA em 11 bilhões de dólares (R$ 38,9 bilhões)
“Posso anunciar hoje, em estreita colaboração com a FIFA, que o valor de negócios da Copa do Mundo de 2026 na América do Norte será de 14 bilhões de dólares (R$ 49,6 bilhões), dos quais 11 bilhões (R$ 38,9 bilhões) serão para a Fifa”, declarou Cordeiro.
“Em outras palavras, seria a Copa do Mundo mais rentável da história”, afirmou.
A expectativa é de que 5,8 milhões de ingressos sejam vendidos para uma receita de 2,5 bilhões de dólares (R$ 8,8 bilhões), detalhou Cordeiro.
Segundo o presidente da USSF, a Copa ainda geraria 3,6 milhões de dólares (R$ 12,7 bilhões) em contratos de patrocínio e 5 bilhões (R$ 17,7 bilhões) em direitos de televisão.
Cordeiro pediu em seu discurso a membros da FIFA que na hora de votar deixem de lado o aspecto político para se concentrarem no lado econômico da candidatura norte-americana.
“Pedimos para não sermos julgados pela política do momento, mas sim pelos méritos de nossa candidatura”, declarou.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou via Twitter em final de abril seu apoio à candidatura norte-americana para sediar a Copa de 2026, mas alertou que haveria repercussões políticas para quem votasse contra, uma ameaça muito mal vista pela Fifa.
Apesar das declarações de Trump e das visões polêmicas do presidente americano sobre questões como imigração, a candidatura conjunta Estados Unidos-México-Canadá é vista como a grande favorita para sediar a Copa de 2026 graças a uma ótima infraestrutura já existente nos três países. Marrocos é outro candidato a sediar o Mundial.
MARROCOS e FIFA CRITICAM TRUMP
Afirmação de Trump no Twitter, de que poderia retirar o apoio nas Nações Unidas a países que votassem contra a proposta americana de sediar a Copa de 2026, não bem digerida pela Fifa e Marrocos. O direito de organizar o torneio vem sendo disputado pela proposta conjunta dos EUA, Canadá e México e pela sede única no Marrocos, que conta com o apoio de países europeus.
O tweet do presidente dos EUA foi publicado na última quinta-feira de abril. Na mensagem, Trump parece direcionar uma ameaça velada aos países que decidirem apoiar a candidatura marroquina.
“Os EUA prepararam uma proposta forte com o Canadá e México para a Copa do Mundo de 2026. Seria uma pena se os países que sempre apoiamos fossem fazer lobby contra a proposta dos EUA. Por que devemos apoiar esses países quando eles não nos apoiam (inclusive nas Nações Unidas)?”
A declaração pegou mal e valeu uma bronca nas entrelinhas dada pela própria Fifa, que escolhe a sede da Copa 2026 no dia 13 de junho, em Moscou.
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As regras de conduta advertem explicitamente contra atividades de governos do país licitante que “possam afetar adversamente a integridade da escolha e criar uma influência indevida no Processo de Licitação”.
É notório, porém, que o histórico de desrespeito ao regulamento é extenso. Só para citar um exemplo: o Catar conseguiu o direito de sediar a Copa do Mundo de 2022 depois que o então presidente francês, Nicolas Sarkozy orientou o então presidente da Uefa, o ex-jogador francês Michel Platini, a votar pela candidatura catariana. Na ocasião, todas as confederações europeias votaram pelo reino.
A candidatura marroquina se recusou a comentar o tweet de Donald Trump, mas é provável que os comentários considerados desrespeitosos feitos pelo presidente devem repercutir na decisão. O Marrocos espera cooptar boa parte dos votos das nações africanas após comentários do presidente dos EUA classificando-as como “países de merda”.
Marrocos também deve contar com o apoio de países do Oriente Médio, da Rússia e da França.
Por Luiz Antonio Prosperi – Carta Capital
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