SÉRIE D: SEIS TIMES ESTÃO VIRTUALMENTE CLASSIFICADOS

SERIE-D

O primeiro turno do Campeonato Brasileiro da Série D ainda não chegou ao seu final, já que três partidas acontecem nesta segunda-feira. Entretanto, nenhuma das equipes que entrarão em campo pode chegar aos nove pontos. Assim, ManausMoto ClubeCampinenseIporáTubarão São José-RS são os únicos que têm 100% e estão virtualmente classificados.

A Série D é organizada pela CBF desde 2009. Entretanto, o atual formato – com 68 equipes distribuídas em 17 chaves de quatro, sendo que apenas o campeão de cada grupo mais os 15 melhores segundos avançam ao mata-mata – entrou em vigência em 2016. Em duas edições, nove pontos costumaram ser suficientes para garantir pelo menos o segundo lugar e ir à 2ª Fase.

OS DOIS PIORES SEGUNDOS DE 2016 E 2017

Em 2016, o Atlético Acreano sobrou no Grupo A1 e fez 14 pontos. Por conta disso, os times que vieram atrás do Galo Carijó tiveram baixa pontuação e ficaram embolados – não à toa, o Nacional-AM somou oito pontos, ficou em segundo e não passou. Uma situação parecida aconteceu no Grupo A14: o São Bento somou 13 pontos, e a Portuguesa-RJ, vice-líder, fez apenas sete, o mesmo do Villa Nova-MG, terceiro, e dois à frente do São José-RS, lanterna, o que eliminou a Lusa Carioca.

Na temporada passada, os dois piores segundos e, portanto, eliminados em campo, haviam sido Desportiva-ES, com oito pontos no Grupo A13, e Inter de Lages-SC, com os mesmos oito pontos no Grupo A16. Entretanto, o São Raimundo-PA, que havia ficado em segundo do Grupo A2 com dez pontos, foi punido com a perda de seis pontos por conta da escalação irregular de um jogador. Quem acabou sendo o vice-líder da chave foi o Fast-AM, com apenas sete pontos, insuficientes para avançar. Assim, a Desportiva-ES, mesmo com oito pontos, passou ao mata-mata.

MAS NOVE PONTOS GARANTE A SEGUNDA COLOCAÇÃO?

Como visto acima, todo time que ficou em segundo lugar na chave com nove pontos avançou de fase nesses dois anos. Porém, em alguns casos, os grupos não estavam equilibradas, e alguns times, mesmo com pelo menos nove pontos, não conseguiram ficar na vice-liderança.

Em 2016, isso aconteceu quatro vezes. No Grupo A6, o Central-PE teve os mesmos nove pontos do Parnahyba-PI, que ficou no segundo lugar pelo saldo de gols superior. No Grupo A7, o Sousa-PB também foi eliminado pelo saldo: com dez pontos, os paraibanos acabaram atrás do América-PE. No Grupo A8, o Potiguar foi terceiro com dez pontos, dois a menos que Uniclinin-CE e um a menos que Itabaina-SE. Por fim, no Grupo A16, Inter de Lages e Linense lideraram a chave com dez pontos, enquanto o São Paulo-RS veio logo atrás com nove.

Em 2017, cinco times conseguiram pelo menos nove pontos, mas não avançaram. No Grupo A1, o Trem-AP fez nove, mas viu o Atlético Acreano com 13 e o Princesa-AM com 12. No Grupo A5, o River-PI somou nove, enquanto Guarany de Sobral teve 13 e o Maranhão, dez. No Grupo A10, Ceilândia e Comercial-MS lideraram a chave com dez pontos, um à frente do Anápolis-GO. No Grupo A11, o União Rondonópolis teve 11, um a mais do que Aparecidense e o eliminado Luziânia. O XV de Piracicaba foi o o outro que não conseguiu passar de fase: com nove pontos, o Nhô Quim ficou atrás de Operário Ferroviário-PR, com 12, e Brusque-SC, com dez.

Assim, levando em consideração as duas edições com 68 times, 11 pontos garantem ao menos a segunda colocação e são suficientes para avançar de fase.

Por Gustavo Abraão Guimarães – Futebol Interior

 

galego novo dez 17

SUCESSO DA GLOBO, JOGO CARTOLA FC ENTRA NA MIRA DOS CLUBES

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Jogo começou sua nova temporada junto com a primeira rodada do Brasileirão, no último fim de semana. REPRODUÇÃO / FACEBOOK

O novo acordo do Grupo Globo com os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, que começa em 2019, não contempla pagamento específico da empresa pelo uso da imagem das equipes no Cartola FC, considerado um serviço de sucesso dentro da emissora. Isso causa descontentamento em alguns dirigentes ouvidos pela Folha de S.Paulo.

“Não temos contrato com a Globo a partir de 2019. E não faremos um contrato específico para o Cartola. Portanto, o Bahia estará de fora do Cartola”, disse Guilherme Bellintani, presidente do Bahia.

Fernando Manuel Pinto, diretor de direitos esportivos do Grupo Globo que negocia com os clubes os direitos de transmissão, explica que no novo contrato, com validade até 2024, existe uma “nuvem digital” e que as imagens dos clubes usadas estão incluídas nesse tipo de cláusula.

“Todos os nossos acordos, quando a gente fala dos contratos de TV aberta, TV fechada e pay-per-vew, existem uma nuvem digital. Os direitos digitais estão nesses acordos e os direitos ligados às marcas dos clubes também”, afirma o diretor.

O Cartola FC é um jogo virtual inspirado no conceito de Fantasy (fantasia, em inglês), utilizado nas ligas profissionais dos Estados Unidos. No Brasil, o usuário monta uma equipe a cada rodada da Série A e soma pontos de acordo com os desempenhos dos jogadores escolhidos.

A inscrição é gratuita, mas existe uma versão paga. Neste ano, custa R$ 49,90. Em 2017, estima-se que o Grupo Globo faturou cerca de R$ 14 milhões com o serviço. O sucesso surpreendeu executivos da empresa, o que chegou a render menções ao jogo no Jornal Nacional, o principal telejornal da emissora.

Para viabilizar a plataforma, o Grupo Globo utiliza os nomes e escudos dos clubes, assim como os jogadores que fazem parte dos elencos profissionais e os técnicos.

Até o final deste ano, a Globo tem seis contratos com os 20 clubes da Série A. Um deles envolve a liberação de imagem que viabiliza o Cartola. Esse acordo em específico não está mais previsto no novo contrato que vem sendo negociado, que vai de 2019 a 2024. A Globo oferece remuneração pelas transmissões dos jogos em TV”‚aberta, TV”‚fechada a pay-per-view.

As reclamações de dirigentes de clubes ouvidos pela reportagem é que a Globo fatura bastante com o Cartola, e por isso as equipes deveriam ser melhor remuneradas. A maioria deles prefere não falar abertamente sobre as negociações, alegando questões estratégicas .

Fernando Manuel Pinto vê com bons olhos a informação de que os clubes analisam o Cartola FC dessa forma.

“Se os clubes enxergam o Cartola como algo valioso, eu acho que atingimos mais um objetivo. Eu vejo como uma boa notícia os clubes terem o interesse com essa utilização dessa ferramenta digital e do jogo como algo valioso e importante para eles e para o Campeonato Brasileiro como um todo. Discutir com clube de futebol nunca é dor de cabeça. Eu adoro”, disse o diretor do Grupo Globo.

A discussão se estendeu também à participação dos atletas usados no jogo virtual da empresa. O ex-goleiro Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo, apontou que existe uma discordância no que expressa a lei que aborda o assunto.

“Essa discussão nós estamos tendo com os clubes e com a Globo. Se o Cartola também faz parte da base de cálculos que precisam ser repassados aos atletas. Estamos discutindo, como a lei fala em tudo o que for gerado dos recursos audiovisuais, nós entendemos que, sim, o Cartola está no meio de algumas rubricas que eles entendem que não, então estamos discutindo isso”, disse o sindicalista.

Alguns clubes ainda não veem contemplados de forma adequada nos novos contratos o uso de vídeos na Internet, o que permite, por exemplo, que o site da Globo utilize os lances das partidas enquanto estas acontecem.

Mário Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do Atlético-PR e homem-forte da política do clube, crê que os times devem estar preparados para negociar os contratos digitais.

“A parte de streaming é um ponto nebuloso. É o futuro e é um dos outros pontos de desencontro com o contrato da Globo. É uma tendência com a velocidade da tecnologia, como se assina por seis anos, até 2024, é um caso. Outro caso é que logo, logo, virá, se aprovado, o jogo de azar no Brasil, logo os clubes terão isso. São aspectos que precisam ser abordados”, afirma Petraglia.

No ano passado, Atlético-PR e Coritiba transmitiram o clássico entre as duas equipes pelo YouTube.

Das 20 equipes da Série A em 2018, quatro assinaram em TV” fechada com o Esporte Interativo, reduzindo o poder da Globo de manejar a tabela de jogos em suas diferentes plataformas: Atlético-PR, Bahia, Palmeiras e Santos. Destes quatro, por enquanto, apenas o time da Vila Belmiro aceitou a proposta da Globo para TV aberta e pay-per-view.

Por Alex Sabino e Diego Garcia

galego novo dez 17

RAMADÃ, UMA PREOCUPAÇÃO PARA LIVERPOOL E SETE SELEÇÕES QUE VÃO À COPA

O mês do Ramadã está prestes a começar (vai de 15 de maio a 14 de junho), e atletas muçulmanos se preparam para treinar e competir em meio às restrições impostas pelo Corão para o período (não se alimentar nem ingerir líquidos entre o nascimento e o pôr do sol). No futebol, os olhos estão voltados para Salah e Mané, craques do Liverpool, e para os jogadores das sete seleções islâmicas que disputarão a Copa do Mundo: Arábia Saudita, Egito, Irã, Marrocos, Nigéria, Senegal e Tunísia.

O técnico argentino Héctor Cúper, que comandará o Egito no Mundial, disse recentemente em entrevista ao jornal La Nación, de Buenos Aires: “O grande problema que terei antes do Mundial chama-se Ramadã. Como fazer treinar atletas que não bebem água nem ingerem calorias? Vou ter de dar treino às 5h? Vamos ter de encontrar uma solução para não atrapalhar nossa preparação.” O Egito estreará dia 15 contra o Uruguai.

Salah (egípcio) e Mané (senegalês) são duas armas poderosas para a final da Liga dos Campeões contra o Real Madrid. O jogo será disputado dia 26, bem no meio do Ramadã. E os dois jogadores são seguidores fervorosos das regras do Islã. “A religião é algo muito importante para mim. Sigo fielmente o Islã e rezo cinco vezes por dia”, diz Mané. Salah, quando ainda era jogador do Chelsea, falou sobre as agruras de ser atleta durante o Ramadã. “É um período duro, mas muito importante para mim. Não é fácil treinar e jogar e passar o dia inteiro sem tomar água.” Ambos comemoram os gols que marcam se ajoelhando e encostando a testa no gramado, numa demonstração de fé e respeito à religião.

O Ramadã é o nono mês do ano islâmico, que por ser baseado no calendário lunar varia de data a cada ano. Em 2014, por exemplo, começou dia 28 de junho – bem no meio da Copa do Mundo, que foi realizada entre 12 de junho e 13 de julho. Ao longo de sua duração os muçulmanos não podem comer, beber, fumar nem fazer sexo durante as horas de sol. O jejum no Ramadã é um dos cinco pilares dos Islamismo. Os outros são ter fé, rezar, fazer caridade e ir em peregrinação a Meca.

Os atletas que praticam o jejum têm uma rotina árdua. Precisam acordar por volta de 4h para se alimentar fartamente antes de o sol nascer, treinam e competem e só podem voltar a comer e beber quando a noite chegar. Por orientação dos nutricionistas, dão preferência a alimentos que liberam mais lentamente os carboidratos, como batata doce e milho, e evitam os que contêm muito açúcar porque seus carboidratos são queimados rapidamente.

Muitos atletas seguem fielmente as regras do jejum, mas outros adotam posturas alternativas para poderem continuar treinando e competindo se o Ramadã coincidir com o período de disputa ou com a reta final de preparação para um evento de grande porte como um Mundial ou os Jogos Olímpicos. As opções são “pular” o jejum e cumpri-lo em outro período do ano antes do Ramadã seguinte ou alimentar 60 pobres durante 30 dias.

O remador britânico Mohamed Sbihi, filho de pai marroquino e ganhador de duas medalhas olímpicas (bronze em Londres/2012 e ouro no Rio/2016), optou pela segunda alternativa antes dos Jogos de 2012 para não correr o risco de se machucar ou cair de rendimento nos treinamentos por não estar suficientemente bem alimentado. “Gastei três mil libras para pagar 1800 refeições, mas valeu a pena.”

Em alguns casos, dependendo das condições climáticas do local do treino ou da competição (calor, taxa de umidade e longa duração do período de sol), a falta de hidratação adequada é ainda mais preocupante do que o jejum alimentar. O atleta pode beber bastante líquido antes de o sol surgir, mas vai perder muito quando começar a transpirar. E não poderá fazer a habitual reposição com água e isotônicos. A desidratação pode afetar as funções cognitivas e prejudicar a recuperação do esforço feito, o que deixa o atleta mais sujeito a lesões.

Os atletas que optam por cumprir o mês de jejum em outra época do ano geralmente escolhem o inverno, porque os dias têm menos tempo de sol e temperaturas mais baixas. Há também os que adotam uma solução mista: durante o Ramadã fazem o jejum em alguns dias e se alimentam normalmente nos outros, normalmente o da competição (ou do jogo) e os imediatamente anteriores ao evento. E depois “pagam” os dias em que não jejuaram em outro mês.

No caso de Mané e Salah, eles estarão livres para quebrar o jejum quando pisarem na Ucrânia (a final será em Kiev) porque o Corão diz que os muçulmanos que estiverem em viagem podem se alimentar sob a luz do sol. A dúvida é se enquanto estiverem em Liverpool eles seguirão as regras do Ramadã ou deixarão para fazer o jejum mais tarde, depois da Copa do Mundo.

Pelos antecedentes dos dois, e pelo fervor religioso que demonstram, é provável que façam o jejum. A não ser que decidam sacrificar temporariamente um dos pilares do Islamismo pelo sonho de ganhar o título europeu.

Por Luis Augusto Monaco – Carta Capital

 

galego novo dez 17

ESTÁDIO DA COPA AINDA É UM CANTEIRO DE OBRAS

Entorno do estádio de Samara, que será uma das sedes da Copa do Mundo na Rússia
Estádio de Samara – Foto: Fábio Aleixo

A pouco mais de um mês para o início da Copa do Mundo, o estádio de Samara, uma das sedes do torneio, chama a atenção pela quantidade de trabalho que precisa ser feito em seu entorno e ajustes nas áreas interna e externa. Principalmente na questão da limpeza.

O estádio de Samara foi o que sofreu mais atrasos em sua construção e também foi o último a ser inaugurado, em 28 de abril.

No domingo (6), passou pelo segundo jogo-teste. O Krilia Sovetov ganhou do Kuan Krasnodar por 1 a 0 e garantiu o acesso para a elite do Campeonato Russo.

Foram 42 mil torcedores em um estádio para 45 mil. A grandiosidade da arena e seu formato lembrando um disco voador -Samara é um polo do desenvolvimento aeroespacial russo- impressionam.

O custo para a construção do estádio foi de US$ 320 milhões (R$ 1,1 bilhão).

No jogo-teste, o que mais se via pelos corredores e assentos de torcedores e jornalistas era poeira. Uma mostra de que toda a reta final da construção foi feita às pressas para que as três partidas experimentais exigidas pela Fifa pudessem ser realizadas.

A arena só recebeu liberação para funcionar em 26 de abril.

Do lado de fora, no caminho que leva ao estádio, há excesso de terra, com tratores e máquinas de grande porte trabalhando. Ainda é um grande canteiro de obras.

A promessa das autoridades é que tudo estará perfeito até que Samara receba seu primeiro jogo do torneio, em 17 de junho. Será entre Costa Rica e Sérvia, que integram o grupo do Brasil. A seleção de Tite jogará na cidade nas oitavas de final se for primeira de sua chave. Se for segunda, poderá atuar nas quartas.

“Posso garantir que tudo estará pronto a tempo. Ainda temos um certo tempo até o começo do Mundial. Comparo com o futebol. Os minutos de acréscimo são sempre importantes e um time pode fazer gol. Neste tempo que resta, faremos bem o nosso trabalho”, disse Dmitri Azarov, governador da região de Samara.

Havia o temor de que o estádio não ficasse pronto a tempo, o que seria um vexame para a cidade e para a Rússia.

“Não adianta esconder que tivemos problemas e atrasos. Há seis meses achávamos que não daria tempo. Este atraso foi muito por causa do design único e complexo que escolhemos”, explicou o governador.

O mais complicado foi finalizar a cobertura. Antes da conclusão, não era possível fazer nenhum trabalho onde hoje se encontra o campo. Isso porque os pilares que davam sustentação ao teto estavam fincados sobre o terreno de jogo.

Um último jogo-teste será realizado na sexta (11), entre Krilia Sovetov B e Mordovia FC, pela terceira divisão russa.

Por Fábio Aleixo – Folha

galego novo dez 17

AMÉRICA: PROGRAMAÇÃO DA SEMANA

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Foto: Canindé Pereira

A comissão técnica alvirrubra definiu a programação da semana de trabalho que inclui o jogo contra o Belo Jardim-PE no domingo (13), às 16h, na Arena das Dunas.

Confira:

SEGUNDA-FEIRA (7): 15h30 – Reapresentação no CT;
TERÇA-FEIRA (8): 8h30 – Treino no CT / 15h30 – Treino no CT;
QUARTA-FEIRA (9): 15h30 – Treino no CT;
QUINTA-FEIRA (10): 8h30 – Treino no CT / 15h30 – Treino no CT;
SEXTA-FEIRA (11): 15h30 – Treino na Arena das Dunas;

SÁBADO (12): 8h30 – Treino no CT/Concentração; e
DOMINGO (13): 16h – América x Belo Jardim (PE) – Arena das Dunas – Natal-RN.

Fonte: América de Natal

galego novo dez 17

CAMPEÕES BRASILEIROS DE VÔLEI DE PRAIA TIRAM DO BOLSO PARA SE BANCAR

 

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Foto divulgação/FIBV

A realidade financeira segue cruel para o esporte brasileiro após os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Entre as modalidades que mais rendem medalhas ao país, as atuais duplas campeãs brasileiras de vôlei de praia se desdobraram em uma temporada sem patrocínios. “Tem sido o pior momento disparado do vôlei de praia, e do esporte como um todo, no Brasil. Todas as empresas saindo e os atletas se desdobrando para manter suas equipes”, lamenta Carol Solberg, 30 anos, eleita a melhor jogadora do circuito brasileiro 2017/2018.

Ao lado de Maria Elisa, Carol Solberg sagrou-se campeã do Circuito Brasileiro por uma diferença mínima contra Ágatha e Duda. Após uma temporada de muito equilíbrio, o título de campeãs brasileiras coroou a regularidade e a frieza da dupla para contornar os momentos mais difíceis. “Todo o dinheiro que ganhamos no ano investimos para correr o Circuito Mundial e pontuar, porque estávamos sem patrocínio nenhum”, revela Carol.

Com a dupla campeã masculina não é diferente. Evandro e André Stein ganharam tudo o que foi possível na temporada. Os atuais campeões brasileiros e mundiais fecharam a conta ao levantarem a taça do Super Praia, no último domingo (29/4), em Brasília. “Trabalhamos neste um ano em que estamos juntos sem nenhum patrocínio e, às vezes, até tirando do próprio bolso, tendo excelentes profissionais trabalhando conosco”, conta Evandro, eleito dono do melhor saque e do melhor ataque do Circuito Brasileiro aos 27 anos. O parceiro dele, André Stein, foi eleito o melhor jogador da temporada nacional aos 23 anos.

Tanto a dupla masculina quanto a feminina que conquistaram o Circuito Brasileiro são recentes, montadas há cerca de um ano. Entre elas há ainda outras curiosidades. Evandro disputou os Jogos do Rio-2016 ao lado de Pedro Solberg, irmão de Carol. É baseada na experiência da dupla masculina que a jogadora lamenta a forma como os patrocínios despencam a cada fim de Jogos Olímpicos. “Eu acompanhei de perto pelo meu irmão. A Olimpíada do Rio acabou em agosto e tiveram empresas que em outubro já saíram. É muito frustrante”, conta.

No vôlei de praia, o Brasil ganhou pelo menos uma medalha de prata em todas as edições desde que a modalidade integrou as Olimpíadas, nos Jogos de Atlanta, em 1996. Ao todo, o país já ganhou 13 medalhas olímpicas no vôlei de praia, sendo 3 ouros, 7 pratas e 3 bronzes.

Ainda assim, o investimento é extremamente pontual. “Eu já vivi um ciclo olímpico em que as empresas pensaram em mim apenas dois anos antes das Olimpíadas, quando eu me classifiquei”, diz Maria Elisa, que disputou os Jogos de Londres-2012 ao lado de Talita.

Aos 34 anos, Maria Elisa se juntou a Carol em maio de 2017 para jogar o Mundial e o Brasileiro. Já em junho de 2017, ganharam a etapa de The Hague, na Holanda. O início da dupla foi totalmente com dinheiro investido do próprio bolso. Elas passavam no cartão de crédito e contavam com bons resultados nos torneios para conseguir pagar.

Atualmente, contam com dois apoiadores, mas os custos para manter uma dupla de alto rendimento no vôlei de praia inclui técnico, dois auxiliares, nutricionista, psicólogo, preparador físico, fisioterapeuta, academia, assessoria de imprensa. A parte da estatística, por exemplo, muitas vezes é feita pelo marido da Maria Elisa.

Todas as vezes que o Brasil subiu ao pódio em Olimpíadas

Bruno Schmidt e Alison Cerutti – ouro na Rio-2016

Ágatha Bednarczuk e Bárbara Seixas – prata na Rio-2016

Emanuel Rego e Alison Cerutti – prata em Londres-2012

Juliana Silva e Larissa França – bronze em Londres-2012

Fabio Luiz e Márcio Araújo – prata em Pequim-2008

Emanuel Rego e Ricardo Alex Santos – bronze em Pequim-2008

Emanuel Rego e Ricardo Alex Santos – ouro em Atenas-2004

Adriana Behar e Shelda Bede – prata em Atenas-2004

Adriana Behar e Shelda Bede – prata em Sydney-2000

Zé Marco Melo e Ricardo Alex Santos – prata em Sydney-2000

Sandra Pires e Adriana Samuel – bronze em Sydney-2000

Sandra Pires e Jaqueline Silva – ouro em Atlanta-1996

Adriana Samuel e Mônica Rodrigues – prata em Atlanta-1996

Fonte: Correio Braziliense

galego novo dez 17